quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vovó do Ilê Aiyê

 História do Vovó do Ilê Aiyê

O carnavalesco Antônio Carlos dos Santos, conhecido como Vovô do Ilê, tenta conseguir junto à Justiça a guarda do adolescente africano Mohamed Camara, que chegou a Salvador ano passado escondido em um navio para tentar ser jogador de futebol no Brasil. O fundador do bloco Ilê Aiyê afirmou que, com isto, pretende impedir que Mohamed seja extraditado de volta à Guiné, seu país natal, pois se comoveu com a história de vida do adolescente, além de ter uma história com o povo africano expressa em sua trajetória com o Ilê. Vovô foi ao Ministério Público Estadual (MP-BA) na manhã desta quarta (4) para pedir que o órgão permita a concessão da guarda. Caso isto ocorra, ele deverá entrar com pedidos de regularização documental de Mohamed na Polícia Federal e ser registrado como responsável pelo jovem até que este complete 18 anos.
Vovó do Ilê Aiyê

Musica Trabalhada no Trabalho

 O Mais Belo Dos Belos


 Ilê Aiyê

 Composição: Guiguio/Valter Farias/Adailton Poesia


Quem é que sobe a ladeira do Curuzu?

E a coisa mais linda de se ver?

É o Ilê Ayê

O Mais Belo Dos Belos

Sou eu, sou eu

Bata no peito mais forte

E diga: Eu sou Ilê



Não me pegue não, não, não

Me deixe à vontade

Não me pegue não, não, não

Me deixe à vontade

Deixe eu curtir o Ilê

O charme da liberdade

Como é que é?

Deixe eu curtir o Ilê

O charme da liberdade



Quem não curte não sabe, negão

o que está perdendo

É tanta felicidade

O Ilê Ayê vem trazendo

18 anos de glória, não

São 18 dias

Nessa linda trajetória

No carnaval da Bahia



E a galera a dizer!

Não me pegue não, não, não

Me deixe à vontade

Não me pegue não, não, não

Me deixe à vontade

Deixe eu curtir o Ilê

O charme da Liberdade

Como é que é?

Deixe eu curtir o Ilê

O charme da liberdade



É tão hipnotizante, negão

O swing dessa banda

A minha beleza negra

Aqui é você quem manda

Vai exalar seu charme, vai

Para o mundo ver

Vem mostrar que você é

A Deusa Negra do Ilê

E a galera a dizer!



Não me pegue não, não, não

Me deixe à vontade

Não me pegue não, não, não

Me deixe à vontade

Deixe eu curtir o Ilê

O charme da liberdade

Deixe eu curtir o Ilê

O charme da liberdade



É sábado de carnaval, seu negão

Que tremendo zum, zum, zum

Ele está se preparando para subir o Curuzu

Quem não aguenta chora, não, não de tanta emoção

Deus teve o imenso prazer de criar essa perfeição

E a galera a dizer!



Não me pegue não, não, não

Me deixe à vontade

Não me pegue não, não, não

Me deixe à vontade

Deixe eu curtir o Ilê

O charme da liberdade

Como é que é?

Deixe eu curtir o Ilê

O charme da liberdade



Quem é que sobe a ladeira do Curuzu?

E a coisa mais linda de se ver?

É o Ilê Ayê

O Mais Belo Dos Belos

Sou eu, sou eu

Bata no peito mais forte

E diga: eu sou Ilê

Símbolos do Ilê Aiyê

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História do Ilê Aiyê

Ilê Aiyê


O Ilê Aiyê, ou simplesmente Ilê, é o mais antigo bloco-afro do carnaval da cidade do Salvador, no estado da Bahia. Criado em 1 de novembro de 1974, o Ilê torna-se o primeiro bloco afro do Brasil e hoje constitui um grupo cultural de luta pela valorização e inclusão da população afro-descendente, inspirando a criação de muitos outros grupos culturais no Brasil e no mundo.

Na sua primeira apresentação no carnaval de 1975, o Ilê Aiyê apresentou a música "Que Bloco é Esse", de Paulinho Camafeu:

"Que Bloco é esse

Eu quero saber

É o mundo negro

Que viemos cantar para você"

O surgimento do grupo foi entre reprovações e ameaças. O Jornal A Tarde, de 12 de fevereiro de 1975, tinha como manchete: "Bloco Racista, Nota Destoante".

Hoje em dia o Ilê Aiyê é hoje um patrimônio da cultura baiana, um marco no processo de reafricanização do Carnaval da Bahia.

O objetivo da entidade é preservar, valorizar e expandir a cultura afro-brasileira, para isso, desde que foi fundado, vem homenageando os países, nações e culturas africanos e as revoltas negras brasileiras que contribuíram fortemente para o processo de fortalecimento da identidade étnica e da auto-estima do negro brasileiro, tornando populares os temas da história africana vinculando-os com a história do negro no Brasil, construindo um mesmo passado, uma linha histórica da negritude.

O seu movimento rítmico musical, inventado na década de 1970, foi responsável por uma revolução no carnaval baiano. A partir desse movimento, a musicalidade do carnaval da Bahia ganha força com os ritmos oriundos da tradição africana favorecendo o reconhecimento de uma identidade peculiar baiana, marcadamente negra. O espetáculo rítmico-musical e plástico que o bloco exibe no Carnaval emociona baianos e turistas e arranca aplausos da população.

A riqueza plástica e sonora do Ilê Aiyê retoma todas as formas expressadas na evolução dos movimentos de renascimento negro-africano, negro-americano ou afro-americano, as decodifica para o contexto específico da realidade baiana, sem perder de vista a relação de identificação entre todos “os negros que se querem negros” em qualquer parte do mundo, ressaltando sempre o caráter comum da origem ancestral, de um passado comum que nos irmana.

Com 3 mil associados, o Ilê Aiyê é hoje um patrimônio da cultura baiana, um marco no processo de reafricanização do Carnaval da Bahia.